A Borboleta Amarela



Uma lagarta sentia-se sozinha, andando de folha em folha, aguardando se encontrar no mundo.
Numa tarde chuvosa, após muito rastejar, a lagarta solitária encontrou abrigo no galho fino de uma árvore frondosa. Agarrou-se com força e lá ficou esperando o estio.
Paradinha a lagarta ficou até que em sono profundo caiu. Não soube dizer por quanto tempo, mas quando acordou, sentiu-se presa.
Estava enclausurada dentro de si.
Estava com muito medo.  Uma voz que vinha de dentro de seu peito disse-lhe que se acalmasse que tudo ficaria bem.
A lagarta adormeceu. Tempos depois estava revigorada e teve ímpetos de se soltar. Fez muita força e conseguiu sair do casulo que a prendia e qual não foi sua surpresa ao notar duas lindas asas pretas e amarelas desenhadas presas às suas costas. Um emaranhado de ramificações que a tornavam bela e única.
Naquele mesmo dia esticou suas novas asas e voou, descobrindo um novo mundo e novos amigos.
Voou sem rumo. Esperando por aventuras somente imaginadas. A enorme borboleta chegou ao jardim de uma escola, onde dezenas de crianças e adolescentes corriam e se divertiam, durante as aulas de educação física.
A jovem borboleta amarela ficou maravilhada com tudo que via. Mas uma coisa chamou-lhe a atenção: uma menina solitária.
Sabia que precisava se aproximar, um magnetismo misterioso a impulsionava até a menina. Posou-lhe no ombro esquerdo e todos a observaram admirados.
O professor olhou para a menina lourinha e disse-lhe que não tivesse medo, pois um belo ser que combinava com seus cabelos ali havia encontrado abrigo.
A menina sorriu e todos a sua volta a rodearam. Um deles sacou o celular e pediu para tirar uma foto. Após mostrar-lhe, anunciou perto de seu ouvido: “Lindas”. A menina corou. Nunca mais se sentiria sozinha.
Guacira Maffra

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