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Mostrando postagens de agosto, 2020

Resenha Fahrenheit 451

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O que dizer de um livro que mostra um mundo distópico onde ler livros ou manter livros em sua casa é proibido? E que a função de um bombeiro é a de queimar livros e não apagar incêndios? Pois esse é o plot inicial do livro: um bombeiro que de repente começa a perceber a insignificância de sua vida e que busca, nos livros, um caminho  para preencher esse sentimento de vazio, que procura por alguma coisa que nem ele compreende o que falta. Montag é esse bombeiro por volta dos trinta anos, casado com Mildred, uma mulher vazia e que vive às voltas com sua ilusão presa às telas.  Um dia à noite, após o trabalho, ele conhece a filha do vizinho, uma menina de dezessete anos chamada Clarisse e que é chamada de maluca, pois gosta de pensar e fazer perguntas e não se interessa por como as coisas são feitas, mas por que essas coisas são feitas. A partir daí, Montag começa a questionar a sua própria vida e seu trabalho, deixando de ver sentido naquela tarefa. Gostei muito do livro, principalment

Rotina

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Hoje tive de parar para fechar as notas dos alunos do Tabacow. A tarefa difícil mais fácil do planeta! Fechar notas é muito complexo e demanda concentração e bastante tempo para analisar as atividades feitas pelos alunos, corrigir, atribuir notas. Mas estou certa de que levei muito mais tempo preparando as atividades desta quarentena, onde estamos desenvolvendo trabalho remoto, do que eles levaram para fazer. Será que é algo tão absurdo assim querer que eles leiam um livro? Não sei, vai ver é. Só não consigo enxergar dessa forma, já que não passo um dia sequer da minha vida sem ler alguma coisa, qualquer livro físico ou digital ou mesmo um mangá. Estou aqui na frente da tela do computar e ouço BTS na tevê da sala, curtindo o momento. Fechar e digitar as notas foi fácil, pois a maioria dos alunos, simplesmente, deletou o fato de terem aulas de Língua portuguesa e a necessidade de fazer alguma atividade para que eu possa atribuir uma nota por seu esforço. Não sou carrasca. Se

Resenha Gregório de Matos

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Com tanta poesia contemporânea fazendo sucesso nos dias de hoje, as pessoas esquecem seus poetas clássicos e o quão poderosas suas produções artísticas foram para seu tempo e para a nossa compreensão da sociedade de outras épocas. Gregório de Matos, também conhecido como "Boca do inferno", foi um desses exemplos de poeta que viveu entre os anos de 1636 a 1696. Sua poesia agrada pela sonoridade, visto que muitos desses poemas seguem a forma clássica dos sonetos, mas, ao mesmo tempo, incomoda seu tempo com suas produções satíricas. Ele não tinha papas na língua ao citar os nomes de suas "vítimas" em seus poemas. Eu gosto particularmente dos poemas morais e de amor, pois para compreender os poemas satíricos, muitas vezes, temos de recorrer às explicações históricas e não apenas a uma busca pelo seu vocabulário. Iuri Pereira reuniu os poemas do autor nessa antologia e os dividiu por assunto, fazendo intervenções breves do sentidos de alguns termos usados pelo poeta. R