Balada

Bom dia!
Texto produzido para o curso DR2. Durante algumas semanas participei de um pequeno curso onde precisei produzir alguns textos. Este de hoje eu escrevi numa das atividades. Espero que gostem,


Balada

Aniversário de dezoito anos. A liberdade finalmente chegou! Festa badalada num bar dançante. Marcela passou o dia olhando o relógio de pulso. Uma passada no shopping Interlagos para comprar uma blusa nova com a amiga. Sorvete de casquinha, torta de morango. Entrou em várias lojas em busca da roupa perfeita que a transformaria numa deusa tupiniquim. 
Uma ida no salão para alisar as mechas de cabelo já lisas. Olhou para Gisele em busca de afirmação. Será que a blusa nova combinaria com a calça jeans skinny que ganhou de aniversário?
Durante horas vigiou o horário. A amiga passaria a noite a seu lado tanto no bar como em sua casa. Jantaram com a família. Depois, tomaram banho e se arrumaram para a celebração.
Um clima de excitação no ar. Gisele não conhecia aquele bar e ansiava pela oportunidade de dançar mais que tudo.
Às dez horas da noite, após um ônibus vazio, umas cantadas na rua e muita euforia, chegaram ao local marcado. 
Quatro jovens mulheres comemorando os dezoito da mais jovem. Logo na entrada, o segurança, um rapaz de mais de um e noventa de altura e largo como um armário, barrou a entrada de Gisele. Um gracejo, uma pequena cantada lhe dizendo que não tinha a idade que ela aparentava ter, era muito mais jovem.
Risadas, o rosto corado, as meninas entraram e foram envolvidas pelo som da balada. Noite de reggae. Gisele, vendo os casais e os diversos grupos de garotos ao redor, falou para Marcela ao pé do ouvido:
— Não me deixa sozinha! — ela não queria ser a única a não ficar com ninguém.
— Pode deixar, viemos para dançar e nos divertir.
As quatro moças fizeram uma rodinha. Ao som de Bob Marley e gosto de cerveja na boca, balançaram as ancas de um lado para o outro.
Ao lado um grupo de garotos fumando cigarro de cravo como se fosse maconha. Gisele nunca sentira o cheiro de maconha e cochichou no ouvido de Marcela. A amiga riu e contou para Cacau e Priscila que fizeram o mesmo. Inocência.
Corpos se esbarrando ao som de músicas que se intercalavam entre lentas e agitadas. As luzes coloridas lembrando a Jamaica. O DJ rodeado de piriguetes e Giselle e Marcela dançando. Marcela cansou e se sentou. Já a amiga era insaciável. Não conseguia parar de se balançar de um lado a outro. Via passos diferentes ao lado e imitava. Por volta da uma da manhã, um rapaz começou a dançar perto de Gisele. Ele dançava e sorria. Ela sorria de volta e rebolava roçando seu corpo no dele. 
Os dois ficaram por muito tempo dançando. Ele a conduzia como o vento. Numa mão um copo de vodka.  A outra agarrada à cintura dela. Seus corpos falando a mesma língua. Sem nem saber como aconteceu, ele a beijou. Um beijo quente, envolvente, que a fazia delirar. O gosto da vodka na boca dele se misturando ao gosto de cerveja da dela. Ela querendo cada vez mais. Sorrisos, beijos, corpos colados. E assim permaneceram pelas próximas três horas, quando o bar acendeu as luzes e diminuiu o volume do som, anunciando o fim do funcionamento.
As amigas nem se importaram com quem Gisele passara as últimas horas, cada uma se arranjou como pôde. 
Na porta do lado de fora ele lhe entregou um papel com seu telefone e o nome escrito "Edinei". Ela o guardou no bolso e põs junto o gosto de seu beijo e o toque de seu corpo, mas nunca se esqueceria do balanço de seus corpos ao som de Bob Marley na pista de dança.

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