Resenha Cem anos de solidão
O colombiano Gabriel García Márquez lançou Cem anos de solidão em 1967 e ganhou o Prêmio Nobel de Literatura por essa obra de Realismo mágico, ou Realismo fantástico, em 1982.
Dizem que esse livro é o segundo melhor livro de língua espanhola, só perdendo para Dom Quixote. Sem querer desmerecer a grandiosa obra de Miguel de Cervantes, não concordo com isso. Li os dois livros, e, talvez por ser mais moderno, o livro Cem anos de solidão é muito melhor. É claro que essa é uma opinião de uma reles professora de língua portuguesa apaixonada por leitura.
O primeiro indício da grandiosidade do livro é ele ter me feito largar todas as outras leituras de lado e me focar apenas nele. Os vinte capítulos são longos e eu não consegui parar de ler. A cada parágrafo e a cada página, eu queria entender mais e mais as personagens que surgiam ao longo da história e acompanhar sua história e fazer a ligação entre as histórias.
Para quem não conhece a história, Cem anos de solidão conta a história da família Buendía. Dois primos, José Arcadio Buendía e Úrsula Iguarán se casam e saem em busca de um lugar para fundar uma nova vila, junto com outras pessoas. Ao longo do tempo, eles têm dois filhos: José Arcadio Buendía e Aureliano Buendía, que depois de adulto se torna coronel.
A história se inicia de um um jeito bem bonito: "Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o Coronel Aureliano Buendía havia de recordar aquela tarde remota em que seu pai o levou para conhecer o gelo." E daí o autor volta no tempo e inicia a história de antes do nascimento do coronel. Com essas primeiras linhas, o autor já nos aguça a curiosidade para saber o que aconteceu por trás dessa história de fuzilamento.
Bem, o casal inicial José Arcadio Buendía e Úrsula Iguarán fundam Macondo, essa aldeia onde todas as histórias dessa família vão acontecer. O livro é irônico em todos os momentos e nos faz parar para pensar em como nós somos solitários, mesmo estando na presença de outras pessoas todos os dias.
Como o nome já diz, o livro acompanha a trajetória dessa família ao longo de cem anos. Úrsula, por exemplo, morre bem velhinha.
Gabo contou um pouco da história da Colômbia, usando uma região ficcional como pano de fundo, como por exemplo, com as diversas guerras civis protagonizadas pelo coronel.
Os elementos mágicos estão presentes em todo livro, seja nos tapetes voadores dos ciganos que visitavam Macondo, ou na presença de inúmeras borboletas amarelas ao redor de um dos personagens.
O enredo traz também uma epidemia de insônia e há também um dilúvio que dura anos.
Enfim, o livro é muito gostoso de ler e mostra que o ser humano é um ser solitário e que temos a tendência a esquecer nossas origens. A nossa memória é curta.