Quinto dia
Durante a caminhada da manhã, ela passava sempre pelos mesmos lugares. Como se seguisse um roteiro. Fazia parte do trajeto os guarda vidas do corpo de bombeiros. Ela procurava diminuir o ritmo dos passos ao cruzar o trecho do local apenas para observar como era o início do trabalho ali.
Tudo vermelho e amarelo. O portão, na maioria das vezes, trancado, mas a porta interna aberta, dando visão para os dois lados da construção: de um lado a rua, do outro a praia.
Nunca parou para conversar, apenas trocou uns esporádicos "bom-dia", com os rapazes vestidos de bermudas amarelas a camisetas regatas vermelhas.
Mas aquele local a fascinava. Ela nunca entendia os motivos de seus sentimentos, mas os garotos ali a fascinavam como nenhum outro de qualquer lugar.
Por um momento, ao longo de seu caminhar vagaroso, uma sirene soou, portões foram abertos, e a ambulância do corpo de bombeiros partiu bem às suas costas. Houve uma troca de olhares entre ela e o motorista quando ela virou o corpo, mas não compreendia de onde partia aquela familiaridade.
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