Uma página por dia

Dia 1
Fui desafiada, indiretamente, a escrever uma página por dia, durante esse mês da escrita criativa. Precisava de uma desculpa para começar a escrever algo ao longo das minhas férias, mas perdi um pouco do interesse pelas fanfics e deixei minha série de fantasia urbana de lado, na verdade, lá em São Paulo, enquanto estou aqui passando férias em Itanhaém. Férias não combinam com notebook, apenas com celular (que já se tornou a extensão dos meus braços) e Kindle. Mas vamos lá, vou tentar escrever umas crônicas, talvez uma por dia.

Rotina. Preciso dela para viver. Ao longo de duzentos dias letivos, aguardo por minhas férias. Aqueles momentos sonhados com a praia, com a piscina, longe de crianças indisciplinadas e que ainda não descobriram a finalidade de estudar. É isso aí, você adivinhou se me viu parada em frente a uma sala de aula com, pelo menos, trinta crianças de onze ou doze anos, falando alto e tentando chamar a atenção delas para o substantivo, para o adjetivo, para o verbo... Bem, sou professora. Uma escolha feita por ocasião, adorava ser estudante, estar em escola, por que não ser professora? Minha avó dizia sobre minha mãe: "A Lurdinha vai ser professora!" E assim aconteceu. Minha mãe se tornou professora e eu, mesmo com meu pai não me permitindo ser "professorinha de merda", não teve jeito: virei professora. Como um Pokémon, fui evoluindo, das escolas particulares para os concursos públicos, me tornando professora efetiva no Estado e na Prefeitura de São Paulo. Sempre digo essas coisas com a boca cheia. Não que o meu esforço seja motivo de orgulho para outras pessoas além de mim mesma e da minha mãe.
A vida vai se arrastando por horas, dias, semanas, meses... Até que eu possa estar aqui nessa posição que me encontro nesse exato momento: pernas pro ar, piscina, sol com protetor solar, sorvete, leitura e muita conversa com as pessoas que eu amo. 
Difícil viver no meio da rotina, mas eu aguento todos os dias, fazendo meu trabalho da melhor forma possível e quando estou nessa posição privilegiada de poder, por algumas semanas, curtir um pouco da paz que o sacrifício do trabalho me proporcionou ao final dos tais duzentos dias letivos, me pego lendo "Emília no País da Gramática", para preparar um projeto novo para minhas turmas que nem escolhi ainda!
Essa sou eu. Acho que levo jeito para masoquista.

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