Divagando

Devagar vou vagando
Por entre as ruas, sou sonâmbulo.
O vento sopra em meus cabelos,
o corpo arrepia de medo.

Num rompante, o tempo se rompe.
Meus sonhos já eram
Essa vida infame
De infinitas rebeldias
De calor do vexame.

E os pensamentos vão vagando
E as alegrias se perdendo
Como agulha num palheiro
A chuva entope a tampa do bueiro.

E os sonhos vão deixando de sê-lo
Num ritmo frenético da maresia
Sinto o gosto amargo da derrota
Sinto a vida se esvaindo.

Tal qual a perda da identidade
O sol faz sua lenta descida.
O amor intempestivo
Num raio de sol morre
Se esvaindo no marular do destino.

Guacira Maffra
2023

Postagens mais visitadas deste blog

Resenha O caso da borboleta Atíria

Resenha A Terra dos meninos pelados

Olho grande