Esquecida


Bom dia, gente! Aqui está mais um dos meus contos publicados pela CBJE. Espero que gostem. Este é mais ousado, tem um pontada do proibido. 

Esquecida


Ana acordou exausta da noite anterior. Não conseguia se localizar. Onde estaria naquele momento? Lembrou-se vagamente de um jovem rapaz oferecendo-lhe uma bebida. Aqueles olhos esmeraldas a estavam enlouquecendo de desejo. Ele se aproximou e lhe ofereceu uma bebida. Não se recordava de mais nada.
Naquele quarto estranho, buscou uma resma de lembrança que a levasse a recordar o que havia feito na noite anterior. Levantou-se da cama, com passos vacilantes. Suas pernas pediam por mais um momento para se recompor. Não pareciam muito dispostas a ajudá-la em seu caminho de autodescobrimento.  
O quarto onde dormira era enorme, com suas paredes com o pé direito altas e teto abobadado, pintadas de um leve tom de roxo. Uma cama enorme estava bem no centro do quarto e numa mesa lateral havia copos sujos do que parecia ser vinho tinto.
Sentiu uma ardência no meio de suas pernas e percebeu, ao tocar suas partes íntimas, que a noite tinha sido quente. Não sabia o que fizera, mas seu jovem corpo esguio e atlético a lembrava de que fizera algo pelo qual poderia vir a se arrepender.
Aproximou-se da mesa lateral e percebeu um bilhete escrito rapidamente, com uma letra que não reconheceu. “Obrigado pela noite adorável. Fique à vontade. Preciso sair, mas voltarei logo. Assinado J”.
Ana começou a ficar atordoada. Será que o rapaz do bar tinha um nome que começava com jota? Foi ao banheiro e havia uma enorme jacuzzi pronta para um revigorante banho. Despiu o pouco da roupa que vestia (uma camisa branca masculina) e jogou-se naquelas águas mornas e espumas borbulhantes.
Pegou uma esponja e passou levemente por sua pele sensível, os seios doloridos e macios mostravam em sua tonalidade rosada o quanto a noite foi excitante. Passou os dedos em sua vulva úmida e inchada, experimentando sensações deixadas de lado desde a morte de seu antigo noivo um ano antes.
Ana suspirava ao lembrar-se do quanto amava o homem que pensou um dia ser seu futuro marido...
Após quarenta minutos de um banho revigorante, saiu da banheira e se enrolou num roupão felpudo e cheirando a amaciante de roupa, o mesmo que era usado na casa de seu noivo. Aquele momento de nostalgia trouxe-lhe um aperto no peito difícil de esquecer.
Caminhou pelo quarto, percebendo pela primeira vez a presença de seu estômago que roncava de fome, como em todas as vezes que tivera relações sexuais. Dirigiu-se à porta, com seus longos cachos dourados e úmidos caindo por suas costas e no meio de seus seios a mostra pela fenda do roupão. Sem se preocupar se seria vista ou não, abriu a porta.
Ficou chocada ao ver quem estava parado do lado de fora do corredor, segurando uma enorme bandeja de prata, abastecida com um café da manhã que apenas uma princesa merecia: João.
Um turbilhão de emoções passou por sua cabeça. Sentiu uma fraqueza em suas pernas, difícil de controlar.
– O que está fazendo aqui? – Perguntou Ana, apreensiva.
– Não se lembra? Encontrei-a naquele bar por volta das nove. Você estava bebendo e me ofereci para levá-la para casa. Você acabou revelando que me amava. Tomamos vinho e aqui estamos...
– Mas, João, você é irmão do meu ex-noivo!!!
– Sempre fui louco por você e achei que você fosse por mim...
Ana sentiu-se constrangida ao vê-lo encarando seu colo, deixando que seu olhar passeasse por seu corpo. Ele estava mais radiante que nunca. Abandonara as roupas pesadas e usava uma calça caqui e uma camisa polo que marcavam os músculos de seu corpo de maneira extremamente excitante.
– Deve ter sido a bebida que o rapaz de olhos verdes me ofereceu... Acho que devo lhe agradecer por ter me salvado de algo que poderia acabar em tragédia! – Exclamou a moça, ruborizando.
João entrou no quarto e deixou sobre a mesa a bandeja. Voltou-se até a porta e a cerrou. Com gentileza, aproximou seu corpo de Ana, abrindo-lhe o roupão com a destra, deixando que sua mão forte passeasse com destreza pelo corpo dela. Ela sentiu-se flutuar, ao ver que ele a levantava e levava-a até a cama desarrumada. Pousou-a com delicadeza em cima dos lençóis de cetim perolados, sussurrando em seu ouvido, enquanto passeava a ponta da língua por seu pescoço:
– Se você não se lembra, faço questão de fazer um flashback da noite passada, mostrando e pausando quando for necessário.
Um gemido de prazer escapou por entre os lábios da moça, convidando-o a mergulhar em sua boca com mais um beijo, que para ela, seria o primeiro. Ele abriu-lhe a boca com seus próprios lábios passeando sua língua por dentro dela e sugando-lhe como se dependesse daquele mel para viver. Primeiro com delicadeza e depois com mais urgência.
Ana sentiu que a cada beijo seu corpo ficava mais exigente e se entregou de corpo e alma, ajudando-lhe a se livrar das roupas, apertando seus músculos avantajados e ajudando-a a desvendar os segredos de seu próprio corpo. Ela nunca mais seria a mesma depois de transar com João, mas sabia que era a coisa certa a ser feita, pois seus corpos pareciam ser moldados um ao outro. Almas gêmeas renascidas na Terra.


Guacira Maffra

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